Antropóloga conversa com Eduardo Sombini sobre como graffitti afirma modos de vida considerados desviantes e imagina outra ocupação do espaço urbano
O grafitti —uma das expressões da cultura hip-hop, que completa 50 anos no mundo e 40 anos no Brasil— é muito mais que tinta no muro, diz a antropóloga Gabriela Leal.
Autora de uma dissertação de mestrado defendida na USP sobre os usos do espaço urbano no universo da arte de rua, ela afirma que o grafitti é uma maneira de existir nas cidades, que molda como seus praticantes concebem o mundo e se enxergam nele.
A pesquisa, agora editada no livro "Cidade: Modos de Ler, Usar e se Apropriar" (Funilaria), descreve os princípios éticos e morais que regem a cena do grafitti em São Paulo —as regras tácitas do jogo que possibilitam, por exemplo, a admiração mútua e a coexistência com o universo da pixação.
Leal também registra as dinâmicas das relações entre os praticantes e dos seus espaços de socialização na cidade, apontando como o conhecimento é transmitido entre as gerações e como os iniciantes se formam e constroem sua reputação.
Escute a conversa abaixo:
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